18.9.09

Uma Velha na Luso se Prostituindo


Nas noites quentes de Maputo, revelam – se grandes adeptos da dança do ferro, nos palcos espermatizados da baixa da cidade.
Com inteção de cumprir com as ambições da rotina, quando a noite falecia, fiz – me de visitante a esta cidade , entrei pelo maior mercado informal, olhando os rapazes que vendem às paredes das lojas dos monhés, na avenida guerra popular, fui em frente, até a praça dos trabalhadores, vulgarmente conhecida como Ka Mamana wa Nhoca, onde a luz do dia, velhas estendem panelas ao calor e cosinham moscas, trazidas pelo cheiro fedorento de "mijos" dos homens que lavam carros e dementes que trepam os ombros daquela estatua desvalorizada e cansada da cobra que carrega no ombro à tantos anos.
Por outro lado comentava, "tem razão eles ao subirem aquela mulher em forma de pedra, uma vez que nunca se rendeu uma homenagem a ela, a não ser que haja greve para os trabalhadores injustiçados irem roçar – lhe os ouvidos defuntos, não para à ela pedir forças, mas para mostrarem – na o quanto não é nada. Gostaria que alguem se atrevesse em dizer que estou a mentir quando digo que ela não é nada, o que é uma mulher na sociedade!
Ví também as senhoras que vendem amendoim, que destraem os bicheiros incansàveis dos transportes públicos de passageiros, só para pagarem cinco meticais, e o resto dos dois e meio acabarem com o amendoim torrado daquelas mamanas que circulam de um lado para o outro, sem olhar para as horas que correm para a noite.
Continuando à minha viagem, escalei uma daquelas ruelas, cujos nomes não conheço, mas gosto de lá estar, com amigos, parceiros e xikuaxuras.
Nos passeios já sentia na pele o olhar exigente das prostitutas que passavam por uma crise de clientela, é sempre assim no inverno.
De outro lado, meu amigo Perdigão, o Tuga, sabe, aquele dos descontos, encomodava a Rosa de unidade 7, a prostituta mais batalada da esquina e a mais carreira de todas, pedindo desconto no preço mínimo da sessao, cinquenta meticais. Coitada fazia aquele preço, já na ultima esperança, pois, as ruas andavam sem homens por causa do frio, pronto, é mais uma daquelas situações da crise mundial financeira, aquela que só o caraças do Tuga pode enfrentar.
Os outros cantos, pequenas curvas e escuras, sedidas pelos guardas de algumas enpresas que andam por alí, soltavam os gritos das outras prostitutas que ao ritmo da "foda" sentiam a necessidade de chamar os nomes dos seus marridos, mesmo sendo enfiadas por outros homens, tratando –as como selvagens e não amadas.
Ainda não havia chegado à minha esquina preferida, a do meio, aquele bar dos sexantes VIPs, no decurso vejo a minha amiga, a Xikuachura do Mabalane dos Mortos, a ser vitimamente estuprada por um vigilante da polícia, o Miguel de pernas aqueadas, que enfiou todas as meninas daquele lugar, sob ameaça de morte, uma vez que anda com uma AKM abraçada ao "barrigão" que enche a pansa, a outra, Izabel discutia com um tipo que lhe fodeu à custo zero.
Num momento em que as noites passavam de crianças para idosas, cheguei à esquina dos homens que participam no concurso do pénis mais grande e mais doce da noite, concursos sempre ganhos pelo Jimmy Malaquias, um aí...., em que escolhiam uma negrinha simpàtica, humilde, daquelas caseiras que fica de capolanas durante o dia, para chupar o "carralho" de um por um e meter – o todo na boca, para o vencedor, seria oferecida uma noite, na verdade uma madrugada com uma "mulatinha", daquelas preservadas, que enfiam se nos vestidos cumpridos que fecham todo o corpo e enchem as ruas e as mesquitas da cidade, umas de Manhanga, outras de Josina e universitárias, em fim belas e perigosas, para fazer com ela o que bem entender.
E chegou a minha vez, homens musculosos olhavam para mim com um olhar assustador, de ameaça, como se estivessem a reclamar algo de mim, nao me importei, fui em frente com a minha candidatura, frustrada pelo medo de mostrar o pouco que tenho.
Algumas prostitutas murmuravam, aquele...não e aquele que..., outras continuavam, sim, aquele tal de...jornalista, e começaram a gritar, sim e ele, já le vi ate na televisão, e ele sim.
Porcurei por onde vinham as vozes e ví raparigas que dao toda tesao, relachado cheguei ao palco central da sala para enfiar aquela gostosa na boca, enfiei, o que senti!
Nunca havia sentido antis, parecia que estava a cossar – me numa ferrida, sentia um prazer estranho, nunca alguem havia me feito aquilo na vida.
No fundo ouviam – se gargalhadas , homens e mulher se lambuzando, riam – se de mim como se nao fosse nada, mas o prazer era maior que nao dava para perceber se eram rizos ou prazer em harmonia que sentia, quase ejaculava na boca de uma mulher ensajeradamente velha, sim vovo quase embrulhada e amarotada de tantas rugas, e que estava – me chupando e eu, me contorcendo, a pensar se tratava de uma negrinha gostosa e novinha.

Xiguiana da Luz
Xiguianadaluz@yahoo.com.br

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