Sobre mim


Xiguiana da Luz, pseudónimo de Eduardo Quive: trata-se por jornalista – artista, uma vez que, além do trabalho jornalístico, está na escrita literária, é actor e produtor cultural. No seu percurso possui várias realizações, das quais destacam-se:
Ø  (2007) Criação de um jornal comunitário no posto Administrativo da Machava com uma designação em língua local (Changana), chamado Mpaluxo que em português significa Divulgar.
Ø  (2008) Ingressa na Rádio Cidade de Maputo, emissora pertencente à Rádio Moçambique, como aprendiz e colabora nos programas Matolinha e Eco Estudantil.
Ø  (2009) Como repórter e munícipe da Matola, é convidado a fundar juntamente com uma organização sem fins lucrativos, um jornal tabloid mensal de âmbito municipal denominado Arena Juvenil, que vincula assuntos que dizem respeito a cidade da Matola e arredores.
Ø  (2009) Funda, depois de frequentar um curso de Literatura Brasileira, juntamente com outros jovens amantes das letras, o Movimento Literário Kuphaluxa, uma agremiação sedeada no Centro Cultural Brasil – Moçambique que divulga a Literatura Moçambicana dentro e fora do País, interage com outros países e literaturas de Língua Portuguesa.
Ø  (2010) Chefia a redacção do jornal Arena Juvenil, órgão do qual é co-fundador.
Ø  (2010) Em Maio do mesmo ano, fica Editor do mesmo jornal até Agosto, altura em que é convidado para um outro jornal.
Ø  (2010) Já em Setembro, fica jornalista do semanário nacional Escorpião, e no mesmo órgão fica editor de conteúdos culturais e destaca-se na realização de grandes reportagens ligadas a Direitos Humanos e assuntos judiciais. Também, destacara-se como fazedor de grandes entrevistas com personalidades do ramo cultural.
Ø  (2011) Em Janeiro, funda a Revista de Literatura Moçambicana e Lusófona, denominada Literatas, sedeada no Centro Cultural Brasil – Moçambique em Maputo, pertencente ao Movimento Literário Kuphaluxa. No mesmo ano, já em Julho, cria e fica director editorial da versão electrónica da mesma revista e passa a ser enviada semanalmente por e-mail a mais de 20 mil leitores dos oito países da CPLP.
Ø  (2011) Já com um percurso no campo literário, é convidado a participar duma Antologia poética (livro com participação de vários autores) do Instituto Cultural Moçambique – Alemanha (ICMA) em Maputo.
Ø  (2011) Ainda no campo literário, é condecorado com uma menção honrosa e participação num livro de poesia mundial, do importante Prémio Mundial de Poesia da Itália Nósside - 2011.
Ø  (2011) Fica com o Destaque Internacional em Conto do XVI Concurso de Crónicas, Poesia e Contos da ALPAS no Brasil.

Colaboração na imprensa estrangeira
Ø  A partir de 2010, começa a colaborar na imprensa brasileira, com o principal destaque para o Portal de Literatura Contemporânea Brasileira – Cronópios (www.cronopios.com.br), Sarau Electrónico do sistema integrado das bibliotecas brasileiras (SITE), com artigos culturais, particularmente literários.
Ø  É correspondente da revista Cultural denominado POP4 (www.pop4.com.br), antes, designado Opperaa, onde possui uma coluna de nome Nkaringana wa Nkaringana.

Formação na área de jornalismo
Dentre várias formações no campo jornalístico, destacam-se:
Ø  Formação em Radiojornalismo / Jornalismo de Rádio (formação não concluída) pela Rádio Moçambique
Ø  Formação em Género na Comunicação Social pela UN Womens (ONU Mulheres) em Chimoio, (zona centro de Moçambique)
Ø  Formação em Jornalismo de Saúde pelo Sindicato Nacional dos Jornalistas (SNJ) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na província de Gaza.
Ø  Formação sobre Tratamento de Assuntos dos Refugiados e Imigração pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e pelo Instituto Nacional de Apoio a Refugiados (INAR)
Ø  Formou-se ainda em Jornalismo e Literatura pelo Instituto Camões – Centro Cultural Português em Maputo.

Na Literatura
Ø  Curso de Literatura Brasileira pelo Centro Cultural Brasil – Moçambique em Maputo
Ø  Seminário de Língua Portuguesa no Centro Cultural Brasil – Moçambique
Ø  Curso de Redacção Criativa no Centro Cultural Brasil – Moçambique
Ø  Comprometido na causa literária, é conhecido por coordenar várias actividades, dentre as quais, a vinda de escritores de outros países lusófonos em Moçambique.

ORGANIZAÇÕES EM QUE É MEMBRO
Membro fundador do Movimento Literário Kuphaluxa (Moçambique)
Membro do Poetas Del Mundo (Chile)
Membro correspondente da Confraria Cultural Brasil – Portugal (Brasil). 

AUTO BIOGRAFIA
Presume-se que tenha nascido na noite de um sábado. Foi no oitavo dia do mês de Junho em 1991, enquanto Moçambique vivia a guerra de destabilização entre a RENAMO (Resistência Nacional de Moçambique) e o Governo de Moçambique liderado pela FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique). Foi um nascimento em apuros. Sossego ainda não havia, até que se assinasse o Acordo Geral da Paz (Acordo de Roma) em 1992.
Chamaram-me logo de Eduardo. Nome a cargo da minha mãe. O meu pai, já com tantos filhos, estava cansado de dar nomes da sua génese. Escusou-se. E assim ficou Eduardo António Quive, isto é, nome inicial da responsabilidade da mãe, o sobrenome e apelido, a cargo do pai, como mandam as normas dos Ma Changanas.
Mesmo assim, apenas sou Eduardo Quive enquanto jornalista e de dia. Quando anoitece, em outras almas, me vem Xiguiana da Luz, em minha língua local, Xiguiana significa enxoval, um exemplo concreto de duas dimensões da vida: a surpresa boa e a surpresa má. Um dilema que travamos em toda esfera existencial, até os dias que não seremos mais nós e ai, nascerá Cruz Salazar, uma promessa que o apocalipse nos faz “a vida continua e a morte, é o exemplo disso”.
Nascido e crescido no bairro Patrice Lumumba, nos cantos da Matola, tão pouco me distanciei das artes.
Comecei pelas danças tradicionais (Makwayela e Xingomana) na Escola Primária Patrice Lumumba. De seguida, entreguei-me para a chamada arte de representar, o teatro. Desta arte não consegui me dissociar. Junto a minha escrita e, embora timidamente, ainda vagueio os palcos pelos lugares onde passo.
Encontrei-me com a palavra em todo meu percurso.
Descobri o imaginário mundo que os livros proporcionam. Encantei-me sem cessar. Cativado pela nostalgia da “Laurinda tu vás mbunhar” de Suleiman Cassam, isso antes de descobrir que esse conto faz parte do seu livro, “O Regresso do Morto” que depois vira descobrir que o meu irmão tinha. Consumi-o todo. Isso ainda com 15 anos de idade. Portanto, era o meu primeiro contacto com os livros literários. De seguida deixei-me embalar pelo “Xicandarinha na Lenha do Mundo” obra de Calane da Silva, figura ilustre que respira as artes. Delirei com os excertos que constavam dos livros didácticos, só que desta vez o meu irmão não tinha e levei comigo essa fúria de ler a obra por completo. Só aos 20 anos de idade, em 2011, consigo dinheiro para comprar o livro. Foram cinco anos de muita guerra. Confesso que passei dias terríveis sem o Xicandarinha (Chaleira) que ferve os corações da vida.
O gosto de contar estórias que tento alimentar com a minha escrita, tem um culpado. Esse culpado chama-se Nwa Mudewani, nome tradicional da minha avó materna, Carolina. As suas estórias que transcendiam do bem pessoal para o património cultural duma geração e que fazem parte de mim e levo-os sempre para as minhas eternidades. Eram Nkaringanas (estórias) contadas em volta de fogueira vulgarmente e justamente conhecidos por Xitiku Ni Mbaula. Foram noites inesquecíveis de Ka Maguvo, um povoado de Chicumbane, no peito do distrito de Xai-xai, província de Gaza. Aquecidos pela Lenha do Mundo, afugentávamos os mosquitos com as estórias da kokwani (vovó) Nwa Mudewani, acompanhados de Uswa (alimento feito a farinha de milho) e xitsakato (molho de verduras feito sem ou com pouco amendoim) qualquer. Comíamos a mão enquanto aprendíamos as leis da vida. Aprendíamos as estórias que nos fariam homens do futuro.
A poesia, não saberei justificar a sua origem. Poesia é vida.
Mas antes disto há um percurso antes já feito. Aos meus oito anos já era ardina. Envolvido na erradicação da pobreza que assolava e – tanto - a família, acordava cedo para vender jornais no bazar do bairro. Enquanto vendia, não conseguia evitar a leitura. Lia os leads (parágrafos guia) e até as páginas culturais que, na altura, mais do que informar, contavam histórias/estórias. Aí, sem me aperceber, surgia um jornalista. Este que hoje procuro ser já exercendo a profissão.
Contudo a arte é a minha missão enquanto vivente. Se sou jornalista ainda tenho as minhas dúvidas, mas artista, esse tenho a certeza que sou. Escritor…talvez um dia.
Depois disto, seria difícil dizer quem sou!
Apenas surpreendem-me os prémios literários que ando ai a receber. Acho que o que escrevo realmente tem um valor literário. Que assim seja.