17.5.10

Quisse Mavota entregue aos Fantasmas?

Xiguiana da luz

Em algum momento, acreditei que fosse melhor passar pela morte, para saborear o sabor amargo dos defuntos flutuantes no cosmo, procurando saber – se de quê.
Ficou conhecida recentimente a verdade vivida na escola secundária Quisse Mavota, aliás, o caos que podera vir das profundezas, do solo humedecido, do cheiro de rosas a sabor de mandioca, defuntos que inesplicavelmente ainda disfrutam das mulheres cheias de vida que abundam naquele solo amaldiçoado.
Isto só me recorda da " Tsanaze a donzela de Sena " do romansista Carlos Paradona Rufino Roque, a virgem que dispertava amor nos homens e o ódeo nas mulheres, das bandas de Mutarara, Gorongosa, se alastrando por todo o vale de Zambeze e em Sena.
Tsanaze, disperteva até o amor dos mortos. Toda a defuntagem masculina, apaixonou – se pela donsela de Sena, possuida pelo Npfúkua.
Bendito seja este homem o Carlos Roque que como um contador de estórias, exerceu com sucesso o seu papel de prever o futuro através do romanse que trás assuntos, considerados do sub mundo, mas que na verdade, hoje mostram o seu poder.
Os desmaios que as raparigas da Quisse Mavota passam, a ciência, ainda que tente justificar, tal como já o fez ao ter diagnosticado as " vítmas " do Npfúkua (feitiço) e achar – se o problema de animia e outras doenças, mesmo a gravidez chegou a se pensar em diagnosticar às estudantes, mas só se for obra de um ensaio, são cerca de trinta estudantes por dia que desmaiam, sem que se saiba ao certo de que se trata.
Tsanaze morreu assim..., sem que soubesse de quê se tratava, a diferença é que a donsela de Sena, morreu numa tarde de tempestade na margem do rio Zambéze, em confronto directo com um prazer que nenhum ser vivente já sentiu, era uma tarde de prazeres obscuros entre os fantasmas e a Virgem.
Resta – nos saber apenas, se no caso das mulheres do Mavota, trata – se de fantasmas mulheres siúmentas ou são homens que querem disfrutar das beldades que lá se encontram?
Até onde vai a ciência dos homens desta terra?
" Vida que não espera, filhos da terra, que o futuro não os queira.
Escudos e swibalakatsas ainda chamam em chamas os nomes dos homens que um dia pisaram esta terra, que hoje viraram lendas nos nkaringanas epotecadas e entregues à histórias.
Homens desta terra, ainda gritarão os Ngungunhanes e os Farlais, evocando eloquentimente os deuses dos deuses, coisa pouco – a – pouco vai se perdendo a prática.
E os mukume ni vemba, ti nguvu ni ma fafuku, que as raparigas de Maputo já não querem saber, até o xiguiana já não se faz nos casamentos destes homens.
Homens desta terra, ainda chamarão sem voz os defuntos nas alturas e acusar – se – ão de feitiçaria à qualquer altura.
Mesmo assim, que não se faça sentir a rebelia dos Quisse Mavota aos inocentes e seja feita a vontade de quem quer que seja, mas a tranquilidade deve voltar àquela instituição de ensino e aprendizagem e que as mulheres voltem a gozar da boa saúde e da liberdade de opcção sexual.