Vou chama-la de mãe
Vou chorar como bebé
Adoecer para me curar com o seu amor
Embalar-me no seu colo
E pedir socorro sempre que quiser.
Quando a minha mãe chegar
Vou abandonar a minha mãe rua,
Esconder-me da lua,
Zanzar pelos cantos do teto da minha casa
Esquecer a dor,
Fome,
Medo,
Desamparo,
Frio,
Vou esquecer tudo por completo.
Vou esquecer o papelão
A panela de xikotela
A casa sem janela
E não vou brincar de polícia e ladrão.
Quando a minha mãe estiver aqui
Vou correr sem pernas para os seus braços,
Viver de abraços
E sentir os seus mimos mansos.
Pelo canto da minha mãe
Pelo abrigo do meu pai
É a vida na rua que se vai.
Quando a minha mãe voltar…
Mamanô…
Não gritarei mais o seu nome em vão.
Quando a minha mãe voltar
E da rua me quiser tirar
Não vou negar
Levarei com migo a Maria Xiteratuine
Para com migo casar,
Não mais sonharemos na vontade dos ventos
Dormindo ao relento
Vamos para casa da minha mãe.
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