3.8.11

O Morto


Para minha avó,
esposa segunda do meu pai,
 mãe de dois irmãos meus
e falecida

Um bando de dor se excitou,
Lágrimas em versão dos hinos celestes,
Buscavam o momento do adeus último.

Diante de mim, estava a nova habitante do além
Do poente
Do fim
 Da noite que não amanhece.

De doloroso
Nascia no escancaro,
A tumba
O túnel do abrigo na morte.
Mais uma vida se rendera aos deuses assassinos
Desta vez
Foi em Junho.

Aos meus olhos
A pirâmide esquivou-se do mortífero Setembro…
Quem sobrou….
Quem sobrou?
O que ficou?

… A maldita que engolirá a minha mãe?
A peste que cobiça o meu pai?
O próximo é desconhecido
Mas existe
E a peste o levará para onde quiser

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