Clandestinos
Ridículos como o céu que despe os homens em pelo olhar da terra
Imundos como a pouca vergonha que nos engole a identidade
Varizes da vaidade que perturbam as moças da minha terra
A cinta baixa que leva a juventude a nudez nos olhos da sociedade
Jovens… homens e mulheres… mais uma herança perdida
A garrafa engolida entre as pernas coloridas dos homens
As pernas que se depenam na saia curta
As ancas que negam a capulana
Oh! Tsomba lo lusa Madala wanga!
Vícios da modernidade
O Madala Mhamba grita sem voz,
A minha velha trocou a enxada pela esmola
O puto já sonha com a lotaria
Mandou fumar a alfaiataria
Agora só vive de pirataria
Todos dias engrossam na cervejaria
Burlas na bocaria
Sob olhar impávido da bufaria.
Os meus putos…
No alcance da civilização agora
Querem ser modernos
E o Madala Nhanga…
Antes curava doenças
Agora...
Já com esquina na avenida
Cura desemprego e solteirice.
Os Tinlholos…
Partiram para o tempo com a minha amiga Xitchuketa
Agora ficaram outros
Ficaram outros…
Eis que também irão
E ficaremos nós…
Os matrecos
Pequeno Glossário
Tsomba lo lusa Madala wanga – Fortuna perdida meu velho
Madala Mhamba – Velho Rituais
Madala Nhanga – Velho Curandeiro
Tinlholos – Búzios
Xitchuketa – Dança/ brancadeiras entre criança.
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